São Policarpo

 São Policarpo

Policarpo de Esmirna, bispo do século II, foi um elo vital entre os Apóstolos e as gerações cristãs subsequentes. Discípulo do Apóstolo João, sua vida e ensinamentos refletem a pureza da fé apostólica. Sua firmeza diante da perseguição e martírio em 155 d.C. testemunham a inabalável devoção a Cristo. Suas cartas preservadas oferecem insights valiosos sobre a Igreja primitiva e a importância da ortodoxia.

Origens

Policarpo, conhecido também como São Policarpo de Esmirna, foi discípulos de São João Evan­gelista. Ainda no tempo dos Apóstolos, foi nomeado bispo da cidade de Esmirna, na atual Turquia. O grande Santo Irineu, bispo de Lião, foi seu discípulo, continuador e biógrafo. Policarpo nasceu numa família cristã, rica e nobre, no ano 69, em Esmirna. Foi discípulo de São João e teve a graça de conhecer outros apóstolos do grupo dos doze, que conviveram com Jesus. Batizado, tornou-se exemplo íntegro de fé e vida, respeitado até pelos adversários.

Bispo de Esmirna, amigo de santos

Sua dedicação e exemplo de santidade levaram São João Evangelista a sagrá-lo bispo de Esmirna. O bispo Policarpo foi amigo de Santo Inácio Antioquia. Este mártir esteve em sua residência quando caminhava para o martírio em Roma, no ano 107. Inácio escreveu cartas a Policarpo e à Igreja de Esmirna antes de ser entregue às feras no Coliseu Romano. Nessas cartas, ele enaltece as qualidades de Policarpo, zeloso bispo.

Divergências e união

No tempo do Papa Aniceto, São Policarpo visitou a cidade de Roma, como representante das igrejas da Ásia. Sua missão era discutir com os coirmãos a mudança da celebração da Páscoa, que, então, era comemorada em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Apesar de, naquela época, não chegarem a um acordo, despediram-se celebrando a liturgia juntos, numa demonstração de união na fé, que não foi abalada pelas divergências em questões de liturgia.

Pastor

São Policarpo foi um bispo menos interessado na administração eclesiástica. Sua vocação era a de Pastor. Sua alegria era fortalecer a fé das ovelhas de seu rebanho. Neste sentido, ele escreveu inúmeras cartas. Infelizmente, porém, somente uma ficou preservada. Esta foi enviada aos filipenses, em 110. Nela, São Policarpo exalta a fé em Jesus Cristo, fé que precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos. Ela também cita trechos da famosa Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos. Policarpo repetiu ainda nesta carta as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos apóstolos, especialmente de São João Evangelista. Por isso, a Igreja concedeu a ele o título de "Padre Apostólico". Assim, aliás, foram chamados os primeiros discípulos dos doze apóstolos.

Mártir

Durante a dura perseguição do imperador Marco Aurélio, São Policarpo, em oração, teve uma visão profética acerca do martírio que o aguardava. Tal visão aconteceu três dias antes de ele ser preso. Por isso, ele avisou aos irmãos na fé que seria queimado vivo. Assim, estando ele em oração, foi preso pelas forças do imperador romano e levado a julgamento.

Testemunha fiel

São Policarpo foi julgado por um para o cônsul chamado Estácio Quadrado. Este insistia raivosamente para que o santo renegasse a Jesus Cristo. Policarpo, porém, disse em alta voz no tribunal: "Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Por isso, ele foi condenado à morte pelo fogo. Ele próprio fez questão de subir os degraus para a fogueira. De lá, gritou para todo o povo que assistia seu martírio: "Sede benditos para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos".

A profecia não se cumpriu

De certa forma, porém, a profecia de São Policarpo não se cumpriu exatamente como ele previra. Os relatos narram que, mesmo com toda a intensidade da fogueira à sua volta e a seus pés, o fogo não lhe fez mal algum. Impressionados, os carrascos decidiram matá-lo à espada. Somente após morto seu corpo foi queimado. Nesse momento ele exalou um forte aroma de pão cozido. Os discípulos de São Policarpo recolheram o que restou de seus ossos e depositaram numa sepultura digna. Seu martírio foi descrito um ano após sua morte, numa carta de 23 de fevereiro de 156. A carta foi enviada pelos cristãos de Esmirna aos irmãos da igreja de Filomela. Esta carta é, aliás, o registro mais antigo que existe do martirológio cristão.

Oração a São Policarpo de Esmirna

“Ó Deus, que destes a São Policarpo a graça de conhecer-vos tão profundamente a ponto de entregar sua vida pelo testemunho do vosso Santo Nome, dai-nos, por sua intercessão, o amor e a coragem para testemunharmos a fé onde quer que seja preciso, para a glória do vosso Nome, amém. São Policarpo, rogai por nós.”

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