São João Maria Viandei

 São João Maria Viandei

São João Maria Vianney, o Cura d'Ars, destacou-se por sua profunda humildade e dedicação pastoral no século XIX. Sua vida foi marcada pela oração incessante, penitência e um amor incondicional pelos paroquianos. Atraía multidões ao confessionário, demonstrando notável discernimento espiritual e paciência. Sua pregação simples e tocante convertia corações, renovando a fé em Ars e além. Vianney é um exemplo luminoso de santidade sacerdotal e zelo pelas almas.

São João Maria Viandei (Cura D’ARS) – Padroeiro dos sacerdotes

João Maria Batista Viandei nasceu no dia 8 de maio de 1786, no vilarejo de Ardil, ao norte da cidade de Lião, na França. Filho de Mateus e Maria, foi o quarto de sete irmãos. Desde a infância manifestou seu espírito de piedade. Gostava da oração e de ir à igreja. Vivia dizendo que queria ser padre. Teve que trabalhar duro no campo até à juventude, para sustentar a família. Somente quando ele estava na adolescência é que foi aberta uma escola em sua aldeia e ele pôde, então, ser alfabetizado e aprender a língua francesa, pois falava apenas o dialeto local. Mesmo assim, estudou apenas dois anos.

Origens

Quando o jovem João Maria Viandei manifestou seu desejo de se tornar padre, encontrou grande oposição por parte de seu pai. Somente com a ajuda do pároco que atendia sua aldeia é que ele conseguiu. Já tinha vinte anos quando ingressou no seminário de Evolui. No seminário, o jovem João Maria Viandei encontrou mais dificuldades ainda devido a sua pouquíssima instrução. Os superiores e professores do seminário consideravam-no um camponês xucro e sem inteligência suficiente para conseguir completar os estudos. Por outro lado, Viandei era um belo exemplo de caridade, obediência, vida de oração e fé.

Dificuldades

João Maria Viandei só chegou até o fim de seus estudos devido a seu exemplo de caridade e santidade dentro do seminário, pois, faltavam-lhe os dotes da inteligência e do raciocínio lógico para a filosofia e teologia. Não lhe faltava, porém, a sabedoria que vem do céu. Por isso, a despeito de sua deficiência, ele foi ordenado padre em 1815. Recebeu, porém, um impedimento grave: não poderia exercer o sacramento da confissão. Seus superiores julgavam que ele não teria capacidade de orientar e dirigir a vida espiritual dos fiéis. Mal sabiam eles que estavam diante de um dos maiores confessores de toda a história da Igreja.

Ordenação

Pe. João Maria Viandei permaneceu três anos no seminário de Evolui. Agora, porém, estava sob a direção de um abade chamado Mallei. Este, percebeu que Pe. Viandei era um homem de oração profunda, especial, portador de carismas e de santidade. Por isso, depois de três anos convivendo com o abade Mallei, este conseguiu e liberação necessária para que Pe. João Maria Viandei pudesse exercer seu ministério sacerdotal plenamente, inclusive como confessor.

Recolhimento

Tão logo conseguiu sua liberação, Pe. João Maria Viandei foi designado vigário do vilarejo chamado ARS-ser-Formas, mais conhecido como “ARS”. Todos os padres se esquivavam desta paróquia por vários motivos. Primeiro, porque ela possuía apenas duzentos e trinta habitantes. Segundo porque todos ali eram assumidamente “não praticantes” e famosos por sua violência. Ar sera um vilarejo onde as tabernas viviam abarrotadas e a igreja estava sempre vazia. Brigas, roubos, rixas antigas e até assassinatos eram comuns por ali. Pe. João Maria Viandei, porém, aceitou a missão na obediência e foi para lá. Por isso, passou a ser chamado de o Cura D’ARS, expressão que significa “Cura de ARS”. A palavra cura, no português arcaico, significa padre ou vigário. Portanto, Cura D’ARS significa Vigário de ARS.

Cura D’ARS

Pe. João Maria Viandei chegou em Ar sem 1818. Estava só, numa pequena carroça que levava apenas alguns pertences e livros. Sem saber o caminho exato, viu um menino pastor e pediu ajuda. O menino levou-o até a entrada de ARS. Então, Pe. João lhe agradeceu dizendo: "Tu me mostraste o caminho de ARS, eu te mostrarei o caminho do céu". Hoje, na entrada da cidade, foi construído um monumento que lembra este belo encontro.

Chegada profética

Treze anos após a chegada do Pe. João Maria Viandei, a situação em Ar sera completamente outra. A igreja estava sempre cheia e as tabernas vazias. A violência cessara, as rixas acabaram, a bebedeira e a consequente violência se tornaram coisa do passado. A postura de homem de oração, caridoso, profeta e também severo quando era preciso, transformaram a triste realidade de ARS. O vilarejo, então, começou a ficar famoso devido ao padre santo que vivia ali.

Situação invertida

O povo começou a perceber que se confessar com o Cura D’ARS, além do sacramento da confissão que, por si só, é uma graça infinita, era também um momento de discernimento de vida, de orientação, de verdadeira transformação. As orientações dadas pelo Pe. João nas confissões eram verdadeiras dádivas vindas do céu para curar os corações feridos, restabelecer a esperança, o amor e a confiança em Deus. Aquele tinha sido impedido de administrar o sacramento da confissão, tornara-se o maior confessor da história. Diariamente, filas enormes se formavam diante do confessionário da igreja e o Pe. João passava horas a fio atendendo a todos, muitas vezes, sem comer. Por muitas e muitas vezes, passou dias inteiros sentado no confessionário atendendo os corações aflitos em busca de orientação e libertação. E todos saiam transformados daquele confessionário.

O maior confessor da história

A fama dos dons e da santidade do Cura D’ARS se espalhou pela Europa. Por isso, muitos viajavam de longe para ARS a fim de ver o cura e confessarem-se com ele. Para isso, estavam dispostos a esperarem horas ou dias inteiros. Assim, o pequeno vilarejo de ARS tornou-se um grande centro de peregrinações. Com isso, o vilarejo, que não tinha possibilidades de atender tanta gente, teve que ir se transformando para atender a demanda da nova realidade. Os antigos donos de taberna passaram a ganhar a vida transformando suas tabernas em hospedarias e, depois, em hotéis. E ARS se tornou numa cidade devido ao Pe. João Maria Viandei.

A Europa em ARS

Padre João Maria Viandei fazia suas próprias refeições e os serviços domésticos. Vivia em oração. Alimentava-se pouco, dormia apenas três horas por dia para dar conta de toda atividade que tinha como vigário. Dedicava tempo para socorrer os pobres em suas necessidades, fazendo todo o possível por eles. Quando recebeu herança por parte de seu pai, gastou tudo com os pobres. As almas aflitas encontravam em suas orientações, o norte, a esperança e o consolo.

Exemplo de vida e de doação

Sem descansar um dia sequer, Santo Cura D’ARS faleceu serenamente, consumido pelo cansaço. Era o dia 4 de agosto de 1859 e ele tinha setenta e três anos. Mesmo em vida, era tido como santo por todos. Após sua morte, passou a ser venerado por todos e seu túmulo virou centro de peregrinação. Devido aos trâmites relativos à sua beatificação seu corpo teve que ser exumado. Para surpresa geral, foi encontrado incorrupto e hoje pode ser visto na igreja de ARS, que hoje é um famoso centro de peregrinação na Europa. São joão Maria Viandei foi canonizado pelo papa Pio XI, no ano 1925. Foi proclamado padroeiro dos sacerdotes e no dia de sua festa passou a ser celebrado o Dia do Padre.

Morte – Corpo incorrupto

“Ó São João Maria Viandei, que confiança tinham as multidões em vossas orações! Vós não podíeis sair de vossa casa paroquial ou de vossa pobre igreja sem estardes cercado de almas suplicantes que se dirigiam a vós, do mesmo modo como se dirigiriam ao próprio Jesus em Sua vida mortal. E vós, bom Santo, por vossas palavras cheias de eternidade, as excitáveis à esperança. Vós que sempre confiastes inteiramente no Coração de Deus, obtende-me uma confiança profunda e filial em Sua adorável Providência. Que a esperança nos bens celestes encha meu coração de coragem e me ajude a praticar sempre os divinos mandamentos.”

Oração a São João Maria Viandei (retirada da Novena dédica a ele)

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