São Fidélis de Sigmaringa, nascido Mark Rey na Alemanha, foi um fervoroso advogado que trocou a toga pela batina, ingressando na Ordem dos Capuchinhos. Sua eloquência e erudição foram dedicadas à pregação e à defesa da fé católica contra heresias na Suíça. Sua vida culminou em martírio, assassinado por opositores da fé enquanto pregava, tornando-se símbolo de coragem e zelo apostólico.
Origens
Fidélis nasceu na cidade de Infringem (Signadinha) na Alemanha, em 1577. Filho de uma família nobre e cristã, seu nome de batismo era Marcos Rei. Demonstrando inteligência brilhante e vocação para os estudos, quando jovem foi enviado para estudar na Universidade de Friburgo, Suíça. Lá, graduou-se em filosofia, bem como em direito civil e canônico. Além disso, formou-se, na mesma universidade, como professor e advogado, no ano 1601.
Advogado dos pobres
Durante alguns anos, Marcos Rei exerceu a advocacia na cidade de Colmar, na região Alsácia. Nesse tempo, ele recebeu o apelido carinhoso de "advogado dos pobres". Isso aconteceu porque ele jamais se negava a prestar seus serviços advocatícios de graça para todos os que não tinham condições de lhe pagar os honorários.
Vocação tardia
Apesar de ser um advogado brilhante, até completar trinta e quatro anos, Marcos Rei ainda não tinha descoberto sua verdadeira vocação, aquele caminho definitivo que seguiria feliz pelo resto de sua vida. Foi, então, que, em 1612, decidiu abandonar tudo para se tornar sacerdote. Para tanto, pediu seu ingresso na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da mesma cidade de Friburgo. Quando fez os votos perpétuos e vestiu o hábito, adotou o nome de Fidelis, que significa “Fiel”.
Mestre franciscano
Após encontrar seu lugar neste mundo, sua verdadeira vocação, São Fidelis escreveu muito. O grande volume de escritos e a profundidade espiritual e teológica dos mesmos, fizeram com que São Fidelis se tornasse um dos grandes mestres espirituais da Ordem Franciscana. Tanto que, até hoje, sua obra é bastante valorizada entre os frades franciscanos.
Perseguição
Devido a sua santidade, sabedoria e grande capacidade intelectual, São Fidelis de Signadinha assumiu importantes missões na Igreja. Numa dessas missões, atendendo a um pedido pessoal do Papa Gregório XV, São Fidelis foi para a Suíça, para combater, por argumentos irrefutáveis, a heresia calvinista. Por isso, foi acusado de ser espião a serviço do imperador da Áustria. Os calvinistas, então, passaram a persegui-lo e a tramar sua morte. São Fidelis enfrentava a tudo com fé, perseverança, sabedoria e muita oração.
Morte
Percebendo que São Fidelis era muito forte na argumentação, os calvinistas decidiram, por fim, matá-lo. Seu assassinato aconteceu logo após ele ter celebrado uma missa na cidade de Brusca. Nessa missa, São Fidelis pronunciou um sermão cheio de fervor e poder da Palavra, motivando e explicando porque os cristãos deveriam prestar obediência à Santa Sé. Terminada a missa, porém, ele foi ferido por um certeiro golpe de espada. No mesmo instante, caiu de joelhos e disse que perdoava seus assassinos. Depois, abençoou a todos e entregou seu espírito a Deus. Era o dia 24 de abril de 1622.
Bilhete revelador
Após a morte de São Fidelis, os frades encontraram entre seus pertences um bilhete, com a letra de São Fidelis. O manuscrito datava de dez dias antes de seu assassinato. Para espanto e admiração de todos, ele escreveu ali que sabia que seria morto em breve, pelas mãos de seus perseguidores. Mas afirmou que entregaria sua vida com alegria e a oferecia por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIV, em 1724.
Oração a São Fidelis de Signadinha
“Ó Deus de admirável providência, que, no mártir São Fidélis de Signadinha destes ao vosso povo pastor corajoso e forte, concedei-nos, pela sua intercessão, ajuda nas tribulações e firme constância na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Fidelis de Signadinha, rogai por nós.”