Santa Julia Billiart, nascida na França, superou a paralisia causada por um choque traumático para fundar o Instituto das Irmãs de Notre Dame de Namur. Sua profunda fé e confiança na bondade de Deus a impulsionaram a dedicar sua vida à educação de meninas pobres e ao ensino do catecismo. Ela demonstrou extraordinária resiliência e um amor inabalável por Cristo, inspirando muitos a seguir seu exemplo de serviço e dedicação. Seu legado perdura através das escolas e comunidades que continuam sua missão de educação e evangelização.
Fundadora da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Namur
Maria Rosa Júlia Biliar nasceu no dia 12 de julho de 1751, em Cubículo, na França. Filha de família pobre, seus pais eram muito religiosos. Tanto, que fizeram questão de batizá-la no mesmo dia de seu nascimento. Talvez aí a marca mais profunda de sua vida tenha tido seu embrião.
Origens
A pequena Júlia fez o catecismo e sua primeira comunhão quando completou sete anos. A partir desse dia, por uma disposição interior ou por um chamado sobrenatural, e por fé viva na presença real de Jesus no Pão Eucarístico, a Eucaristia passou a ser o único alimento de sua vida. Ela aprendeu a ler e a escrever porque, com este saber, ajudava no sustento da família.
Jesus, o único alimento de sua vida
Do ponto de vista meramente humano, já foi um milagre o fato de a pequena Júlia sobreviver até à adolescência alimentando-se apenas da comunhão Eucarística. Quando completou treze anos, ela começou a ter sérios problemas de saúde. Sem nutrição, foi ficando paraplégica. Ela sobreviveu assim por trinta anos.
Consequências
Durante os trinta anos de sua paraplegia, Santa Júlia Biliar mergulhou nos mistérios profundos da oração, da contemplação, da vida mística. O Senhor, presente na Eucaristia, passou a ser o centro de sua vida. Ele revelou a ela os mistérios da salvação, dos sofrimentos no Calvário, da imensurável glória celeste e da luz de Deus que ilumina a vida do cristão. Mesmo paraplégica, ela esteve sempre ligada à catequese paroquial e dava grande atenção à educação dos pobres, sabendo que a educação é uma das chaves da libertação da pobreza.
Mística
Os frutos da Eucaristia apareceram. Santa Júlia Biliar tinha uma vida ativa mesmo nesta situação especial de vida. Ela alimentava amizades dentro de sua família e ampliava esses laços com religiosos, com mulheres nobres que, sabendo de sua “situação”, procuravam ajuntar donativos que ajudavam sua família. Mantinha amizades também com as irmãs carmelitas, que lhe davam suporte espiritual.
Vida ativa
Santa Júlia Biliar, depois de muitos anos de paralisia e vida mística, sentiu em seu coração o grande desejo de se tornar religiosa. Este desejo, porém, carregava uma meta muito definida: era preciso fundar uma Congregação religiosa com o carisma de formar bons e santos educadores para educar os pobres. Santa Júlia tinha, entre outros dons, uma pedagogia particular adquirida nos seus mais de vinte anos de paralisia. Mas ela aprendeu não só com a religião. Admiravelmente, tinha os pés no chão e soube aprender também com autoridades com quem conviveu, com os horrores da Revolução Francesa e com as guerras de Napoleão.
Um sonho de ir mais além
Mesmo sabendo apenas os rudimentos da leitura e da escrita, Santa Júlia Biliar, ainda deficiente devido à paralisia, realizou seu sonho fundando a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora no ano 1804. Após trinta anos de paralisia, o Sagrado Coração de Jesus, de quem ela era devota, achou por bem curá-la e ela voltou a andar. A Eucaristia nunca deixou de ser o centro de sua vida e Nossa Senhora era seu modelo de vida. Após viver muitas dificuldades na estruturação da Congregação, Santa Júlia Biliar foi eleita a superiora geral.
A realização do sonho
Santa Júlia Biliar abriu sua primeira escola gratuita para crianças pobres em Ânions e começou a viajar por França e Bélgica estendendo a obra. Era um tempo de miséria e dificuldades. Por isso, ela abria pensionatos e, com os ganhos obtidos, fundava as escolas gratuitas. Sua obra se espalhou pr. várias cidades desses dois países.
A obra cresce
Santa Júlia Biliar foi perseguida injustamente pelo bispo da cidade de Ânions. Ele chegou a afastá-la da Congregação. As irmãs, porém, decidiram ir com ela para Namur, uma cidade belga. Ali a Congregação se firmou e foi em frente. Santa Júlia, então, continuou com sua obra, ajudando a milhares de crianças pobres, dando a elas formação que lhes abria uma porta para um futuro melhor.
Perseguição e mudança
Em Namur Santa Júlia Biliar chegou à grande meta e carisma pedagógico da Congregação. Segundo suas palavras: “A educação é caminho da plenitude da vida”. Vendo a obra de sua vida realizada, Santa Júlia Biliar faleceu na paz de Nosso Senhor, que era o centro de sua vida. Era o dia 8 de abril de 1816, em Namur. Ela foi canonizada em 1969 pelo Papa Paulo VI.
Falecimento
“Ó Deus, que destes a Santa Júlia Biliar a graça de ter vosso Filho Jesus Cristo como o centro de sua vida, dai também a nós esta graça essencial, para que nossa vida frutifique em bênçãos para todos os que precisarem. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, amém. Santa Júlia Biliar, rogai por nós.”
Oração a Santa Júlia Biliar