A vida de Santa Alice no convento

Santa Alice, também conhecida como Santa Alice de La Cambre, nasceu na Bélgica, no século XII, na cidade de Schaerbeck, perto de Bruxelas. Viveu uma vida oculta, num mosteiro, desde criança. Mesmo assim, sua fama de santidade se espalhou para fora dos muros do convento.

Uma doença muda o rumo de sua vida

Com apenas sete anos, a pequena Alice manifestou grande desejo de ser freira. Por isso, acolhida no mosteiro Cisterciense feminino de La Cambre, na Bélgica. Ela foi educada pelas monjas cistercienses e viveu no mosteiro toda sua vida. Sempre sentiu que o chamado de Deus para sua vida era para a vida religiosa e, em especial, para a vida monástica cisterciense, ordem religiosa muito rigorosa, que segue regra de São Bento.

Perseverança e iluminação de Santa Alice

Quando chegou à adolescência, Santa Alice contraiu lepra, doença comum naquela época, dada a falta de conhecimento das necessidades sanitárias básicas. Naquela época, por volta do ano 1200, a lepra era incurável e condenava a pessoa a uma morte social, sofrida e demorada. A pessoa era separada da sociedade e ia para os leprosários. Mesmo no mosteiro, Alice teve que ser separada do convívio com as outras monjas devido ao perigo real do contágio. Por tudo isso, ela passou a sofrer muito. Ela teve que ir morar no sótão do convento. Lá, as irmãs levavam água e comida para ela. Anos mais tarde, devido à falta de condições mínimas de higiene e de sua saúde já abalada, Alice ficou cega e paralítica. Por isso, passou a depender mais ainda da caridade das outras irmãs.

Santa Alice, precursora da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Mesmo vivendo todos esses sofrimentos, Santa Alice tinha uma profunda fé na presença de Jesus Cristo na Eucaristia. Nas poucas vezes que conseguia comungar (devido ao lugar onde tinha que ficar) ela se rejubilava e sentia extremamente consolada e feliz, mesmo em meio aos grandes sofrimentos que padecia. Passava quase todo o seu tempo em oração, cantando louvores a Deus por dar-lhe o dom mais precioso: a vida e o conhecimento de Jesus Cristo.

Sufrágio das almas do purgatório

Santa Alice era uma alma iluminada: tornou-se devota desagrado Coração de Jesus muito antes de esta devoção ser instituída pela Igreja Católica. De fato, a devoção ao Sagrado coração de Jesus só seria instituída na Igreja séculos mais tarde. Mesmo assim, no sótão do convento, quase sempre só, o Senhor revelou a ela os segredos do seu Sagrado Coração. Por isso, Santa Alice se tornou devota, amante e propagadora desta devoção que, mais tarde, atingiria todo mundo. Ao que aprece, Santa Alice foi a primeira pessoa na Igreja a mencionar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Testemunho e falecimento

Santa Alice ofereceu todo o seu sofrimento pelas almas do purgatório. Todos os dias rezava pelas almas. Ela teve visões de várias almas salvas do purgatório por meio de seu sacrifício e orações.

Devoção a Santa Alice

As monjas e a cidade ficavam espantadas ao ver como Alice oferecia o sacrifício da sua doença, abraçando sua cruz, e vivendo em oração por todos, aceitando tudo e conformada com tudo. Ela recebeu o sacramento da Unção dos Enfermos em 1249. Porém, ainda agonizou e sofreu por mais um ano. Por fim, Santa Alice faleceu no ano de 1250, com fama de santidade.

Oração a Santa Alice

O local onde Santa Alice foi sepultada virou local de romarias logo após sua morte. Vários milagres aconteceram ali quando as pessoas invocaram sua intercessão. Santa Alice foi canonizada séculos depois de sua morte, quando milagres foram estudados e comprovados pela Igreja. Sua canonização aconteceu no ano de 1907 pelo Papa Pio X. Sua festa é celebrada no dia 15 de junho.

Santa Alice rogai por nós. Que assim seja. Amém.

Faça, Senhor Deus, e nosso Pai, que aspiremos incansavelmente ao descanso que preparastes em vosso reino. Dai-nos força e inteligência nesta vida, para suportarmos as agruras que nos rodeiam, para promovermos o bem e a justiça e servirmos a nossos irmãos.