Bartolomeu Fernandes, o Beato Bartolomeu dos Mártires, foi um arcebispo de Braga do século XVI, conhecido por sua dedicação à reforma da Igreja Católica. Destacou-se no Concílio de Trento, defendendo a residência dos bispos em suas dioceses e a importância da formação do clero. Sua vida foi marcada pela caridade, humildade e zelo pastoral, buscando sempre o bem-estar espiritual e material de seu rebanho. É venerado como um exemplo de santidade e compromisso com o Evangelho.
Origem
Bartolomeu dos Mártires, nascido Bartolomeu Fernandes, veio ao mundo em 3 de maio de 1514, na freguesia dos Mártires, em Lisboa. Filho de Domingos Fernandes e Maria Correia, cresceu em um ambiente humilde, mas profundamente religioso. Desde tenra idade, Bartolomeu demonstrou uma inclinação natural para a espiritualidade, o que o levou a ingressar na Ordem Dominicana aos catorze anos, adotando o nome de Frei Bartolomeu dos Mártires. Sua entrada na ordem marcou o início de uma vida dedicada à fé e ao serviço da Igreja.
Formação e Primeiros Anos
Bartolomeu iniciou seus estudos no tudum do Convento de São Domingos de Lisboa, onde começou um curso de Artes. Em 1542, aos vinte e oito anos, iniciou seu curso de Teologia no Convento de Batalha. Durante esse período, dedicou-se ao estudo da Suma Teológica de São Tomás de Aquino, realizando análises críticas que demonstravam sua profunda compreensão dos textos sagrados. Sua dedicação aos estudos teológicos não passou despercebida, e ele rapidamente ganhou prestígio entre seus colegas e superiores.
Arcebispado de Braga
Em 1559, Bartolomeu foi nomeado Arcebispo de Braga, um cargo que ocupou até 1582. Durante seu arcebispado, destacou-se por seu zelo pastoral e por sua abordagem inovadora na correção de hereges, optando por métodos de correção fraterna em segredo, ao invés de recorrer ao Santo Ofício. Essa prática permitia poupar os indivíduos de penas mais severas e da exposição pública, refletindo seu compromisso com a misericórdia e a justiça. Bartolomeu também se dedicou à reforma do clero, promovendo a educação e a formação espiritual.
Participação no Concílio de Trento
Bartolomeu dos Mártires é amplamente reconhecido por sua participação no Concílio de Trento, onde se destacou como um defensor fervoroso das reformas eclesiásticas. Sua atuação no concílio foi marcada por uma defesa intransigente da disciplina e da formação clerical, buscando sempre o fortalecimento da fé católica em tempos de desafios e mudanças. Ele trabalhou incansavelmente para implementar as decisões do concílio em sua arquidiocese, promovendo a educação do clero e a reforma dos costumes. Seu compromisso com a renovação espiritual da Igreja deixou um legado.
Legado e Beatificação
Após sua renúncia ao arcebispado em 1582, Bartolomeu retirou-se para o Convento de Santa Cruz, em Viana do Castelo, onde viveu até sua morte em 16 de julho de 1590. Sua vida de virtude e dedicação à Igreja Católica foi reconhecida pela beatificação em 2001, pelo Papa João Paulo II. Bartolomeu é lembrado como um modelo de benevolência e dedicação pastoral, cuja influência perdura até agora. Ele é venerado por seu compromisso com a reforma e a renovação espiritual, inspirando gerações de fiéis a seguir seu exemplo de amor e serviço. 'Beato Bartolomeu, que viveste em humildade e serviço, intercede por nós juntamos ao Senhor. Que possamos seguir teu exemplo de devoção e simplicidade, vivendo em harmonia com nossos irmãos e buscando sempre a paz. Amém.'