Em um panorama onde a maioria se curva perante o altar da satisfação imediata, a longanimidade aparenta ser uma virtude quase desaparecida. Possuímos restaurantes de "comida rápida", pois não almejamos aguardar que nosso alimento seja preparado. Em nossos lares, micro-ondas nos oferecem refeições prontas em instantes, até mesmo segundos. Quando não conseguimos localizar nossos contatos de negócios em seus postos de trabalho, discamos o número de seus telefones móveis, já que não queremos esperar até que respondam nossos avisos. Permanecermos presos no tráfego vagaroso e intenso desfaz nossos nervos e acende nosso gênio, porque estamos apressados, ansiosos para chegar – seja qual for nosso destino. Atualmente, raramente alguém permanece na mesma empresa por mais de dois ou três anos. Diferentemente das pessoas em décadas passadas, que labutavam longa e lealmente em busca de uma eventual ascensão, a maioria salta de um emprego para outro, para poder progredir na carreira, de acordo com suas próprias vontades e no seu próprio compasso. Sim, a paciência se tornou uma arte do passado, mas que talvez compense recuperar. Assim como Roma não foi erguida em um só dia, vidas e carreiras plenas e bem-sucedidas não podem ser arquitetadas por meio de ações casuais, precipitadas ou até mesmo impulsivas. Por árduo que possa ser numa época em que o limite da atenção raramente passa uns poucos minutos (frequentemente sumindo em poucos segundos), há algo a ser ponderado sobre a recomendação da Bíblia que diz: “Descanse no Senhor e aguarde por Ele com paciência” (Salmos 37.7). Você pode querer questionar: “Ser paciente? Descansar? Está brincando! Eu tenho que ir a vários lugares, tenho coisas a fazer. Tanto por fazer – e tão pouco tempo. Estou ansioso demais para praticar a paciência!” Se é isso que você está cogitando, é compreensível. Mas, por favor, por apenas alguns instantes, reflita sobre alguns dos princípios que o livro de Provérbios tem a ofertar sobre este tópico. **A paciência nos auxilia a alcançarmos nossos intentos.** Por vezes, a postura do tipo “Eu preciso ter isso – e preciso tê-lo agora”, causa o efeito inverso, frustrando chances de se atingir a meta almejada. Mas sendo paciente, adotando uma perspectiva de longo prazo, podemos agregar forças de persuasão para ver decisões relevantes se modificarem, e até mesmo edificarem os alicerces para os resultados ansiados. “Com muita paciência pode-se convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos” (Provérbios 25.15). **Paciência domina a cólera infrutífera.** Quando as coisas não seguem da maneira como desejaríamos é fácil nos enfurecermos e reagirmos guiados pela decepção. Contudo, permanecendo serenos e sob controle, podemos evitar causar danos desnecessários em relacionamentos, ou em nossas causas prediletas. Se formos pacientes, poderemos ver as circunstâncias se transformarem drasticamente e obtermos resultados muito melhores do que aqueles que esperávamos. “Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade” (Provérbios 16.32). **Paciência apaga o incêndio da contenda.** Quando alguém se aproxima de nós com fúria, isso usualmente dispara dentro de nós o mecanismo instintivo de “lutar ou fugir”. Tentar vencer a fúria com mais fúria é o mesmo que tentar extinguir fogo com fogo. É muito melhor – e geralmente mais eficaz – responder a uma confrontação irada com paciência, atentamente escutando o problema que está sendo manifestado e buscando uma solução de maneira calma e racional. Caso contrário, um pequeno incômodo pode rapidamente se converter numa guerra total. “O homem irritável provoca a dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão” (Provérbios 15.18) Mas cautela! Não rogue pedindo paciência, pois o melhor e mais eficiente meio de se adquirir paciência é descobrir-se sendo compelido a lidar com situações em que não se tem outra opção, senão ser paciente! Robert J. Tamasy
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