reverenciar-a-deus

“…Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.” (Mateus 10.28b)

A expressão “recear a Deus” é comumente escutada nas igrejas. Líderes religiosos e instrutores de Escola Dominical fazem alusão a ela incessantemente. Todavia, muitos ainda encontram obstáculos em apreender verdadeiramente seu sentido.

Ao escutarmos a palavra “recear”, de imediato a vinculamos a pavor ou apreensão. Supomos que devemos recear a Deus com sobressalto ou pavor. Todavia, essa compreensão é errônea. Quando a Escritura Sagrada se refere ao receio a Deus em distintos textos, não está asseverando que devemos estar apavorados ou repletos de apreensão em relação a Ele. Ao invés disso, está nos convidando a nutrir um sentimento de adoração e consideração pelo Senhor.

Portanto, “recear a Deus” significa, acima de tudo, adorá-Lo e considerá-Lo como Criador. Esse sentimento de adoração e consideração é uma prática que deve ser cultivada por todos os servos do Senhor. Aqueles que ambicionam viver de maneira sagrada e inculpável devem atentar a isso; é uma ordem celestial. Examinemos algumas passagens:

“Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a Ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a Ele servireis e a Ele vos achegareis.” (Deuteronômio 13.4)
“Vós que temeis o SENHOR, louvai-O; glorificai-O, todos vós, descendência de Jacó; reverenciai-O, vós todos, posteridade de Israel.” (Salmos 22.23)
“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.” (Eclesiastes 12.13)
“Tratai todos com honra, amai os irmãos, teme a Deus, honrai o rei.” (1 Pedro 2.17)

O receio a Deus é, sem dúvida, imprescindível na vida do santo. A Bíblia apresenta uma sucessão de textos que discorrem sobre esse tema. Salomão, de maneira didática, ensina em Provérbios como deve ser a conduta do homem para entender o significado do receio a Deus e como alcançá-lo: “E, se clamares por inteligência e por entendimento alçares a voz; se buscares a sabedoria como a prata e como tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.” (Provérbios 2.3-5)

Deus é o autor desse sentimento e o instalou no âmago de seus eleitos: “Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jeremias 32.39-40). É uma prática que deve ser cultivada quotidianamente. Nunca devemos olvidar que o receio é devido a Ele: “Ao SENHOR dos Exércitos, a Ele santificai; seja Ele o vosso temor, seja Ele o vosso espanto.” (Isaías 8.13)

Recear, adorar ou considerar o Senhor implica primeiramente em detestar o mal: “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.” (Provérbios 8.13). É um ato de se voltar contra o pecado, possibilitando que dentro do coração nasça uma sensibilidade ao Espírito Santo, suficiente para dizer não aos apelos da carne e à voz do maligno.

O receio ao Senhor é descrito como:

a) Sabedoria: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre.” (Salmos 111.10)
b) Esperança: “Melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação.” (Provérbios 15.16)
c) Tesouro: “Haverá, ó Sião, estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; o temor do SENHOR será o teu tesouro.” (Isaías 33.6)
d) Fonte de Vida: “O temor do SENHOR é fonte de vida.” (Provérbios 14.27)
e) Eterno: “O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.” (Salmos 19.9)
f) Necessário no Servir: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hebreus 12.28-29)

Deve-se cultivar o receio a Deus por vários motivos. Aqui estão alguns:

a) Devido à Santidade: “Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.” (Apocalipse 15.4)
b) Sua Grandiosidade e Poder: “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma.” (Deuteronômio 10.12)
c) Pelo Perdão: “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.” (Salmos 130.4)
d) Obras Extraordinárias: “Porque o SENHOR, vosso Deus, fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o SENHOR, vosso Deus, fez ao mar Vermelho, ao qual secou perante nós, até que passamos. Para que todos os povos da terra conheçam que a mão do SENHOR é forte, a fim de que temais ao SENHOR, vosso Deus, todos os dias.” (Josué 4.23-24)
e) O Juízo: “Dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” (Apocalipse 14.7)
f) Bondade: “Tão somente, pois, temei ao SENHOR e servi-O fielmente de todo o vosso coração; pois vede quão grandiosas coisas vos fez.” (1 Samuel 12.24)
g) Comum aos Santos: “Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome.” (Malaquias 3.16)
h) Uma Alegria: “Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor.” (Salmos 2.11)

Sem receio, é impossível:

a) Adorar a Deus: “Porém eu, pela riqueza da tua misericórdia, entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu santo templo, no teu temor.” (Salmos 5.7)
“Deus é sobremodo tremendo na assembleia dos santos e temível sobre todos os que o rodeiam.” (Salmos 89.7)
b) Servir: “Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor.” (Salmos 2.11)
“Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hebreus 12.28-29)
c) Evitar o Pecado: “Respondeu Moisés ao povo: Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis.” (Êxodo 20.20)
d) Crescer na Santidade: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (2 Coríntios 7.1)

O receio a Deus é tão necessário quanto nutrir-se e vestir-se!

Quando nos apossamos dessa verdade e a praticamos continuamente, logramos vencer o mal, as tentações e divisar a glória do Pai.

O homem que receia a Deus é:

a) Agradável a Deus: “Agrada-se o SENHOR dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.” (Salmos 147.11)
b) Bendito: “E se não temer, será na nação, porque não temerá os maus rumores; o seu coração está firme, confiado no SENHOR.” (Salmos 112.7)
c) Forte: “O temor do SENHOR é fortaleza para os justos; mas será ruína para os que praticam a iniquidade.” (Provérbios 14.26)
d) Prudente: “O homem prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.” (Provérbios 22.3)

O receio a Deus é um dos primordiais atributos de um cristão! Isso nos dá segurança em nossa vida espiritual. Sejamos Assim, pois, qual os que reverenciam a Ele, nutrindo essa valiosa emoção que nos achega do Criador e nos torna seguros perante Sua face.

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