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A congregação é um ajuntamento de indivíduos que se juntam para aprender acerca do Senhor e reverenciá-Lo. Em todo o tempo do Novo Pacto era um termo inédito, que aparece somente em dois versículos dos Evangelhos (Mateus 16:18 e Mateus 18:17). Lucas o empregou bastante no livro de Atos tornando-o mais corriqueiro. Paulo também discorreu acerca da congregação na maioria de suas epístolas; e João, no Apocalipse.

O QUE É CONGREGAÇÃO?

No Antigo Testamento Israel era simplesmente “a assembleia”. A palavra era igualmente usada pelos primeiros cristãos. Com assiduidade os cristãos se reportavam a si próprios como a congregação ou a assembleia. De fato, este é o genuíno significado da palavra “congregação”, que se aplicava tanto a todos os crentes no planeta como para qualquer agrupamento local. Significava a presença integral do Senhor num dado sítio.

O Novo Pacto frequentemente utiliza o singular “congregação” mesmo quando diversos grupos de crentes se juntam (Atos 9:31; II Coríntios 1;1). O termo “congregações” é raramente achado (Atos 15:41; 16:5). Cada grupo era o lugar onde Deus estava presente (Mateus 16:18; 18:17). Deus adquiriu a assembleia com o sangue de seu Filho (Atos 20:28). No orbe helênico, “congregação” designava uma reunião de pessoas ou encontro. Podia ser um grupo político ou simplesmente uma reunião de indivíduos. A palavra é utilizada com esse sentido em Atos 19:32, 39, 41.

Os usos cristãos específicos dessa palavra oscilam amplamente no Novo Pacto.
1. Algumas se reportam a um encontro de congregação. Paulo diz aos cristãos em Corinto: “…quando vos reunis como igreja.”(I Coríntios 11:18). Isso denota que os cristãos são o povo de Deus, mormente quando se unem para veneração.
2. Em textos como Mateus 18:17, Atos 5:11, I Coríntios 4:17 e Filipenses 4:15, “congregação” se refere a todo o grupo de cristãos habitando num local. Com assiduidade, se refere à localidade específica de uma assembleia cristã. Observe as frases “a congregação em Jerusalém” (Atos 8:1), “em Corinto” (I Coríntios 1:2), “em Tessalônica” (I Tessalonicenses 1:1).
3. Em outros locais, reuniões de cristãos nas casas são chamadas congregações. Por exemplo, alguns se reuniam na casa de Priscila e Áquila (Romanos 16:5, I Coríntios 16:19).
4. Através do Novo Pacto, “a congregação” se refere à congregação universal. Todos os crentes pertencem a ela (Atos 9:31; I Coríntios 6:4; Efésios 1:22; Colossenses 1:18). A primeira palavra de Jesus sobre o fundamento do movimento cristão em Mateus 16:18 tem esse sentido mais amplo: “Edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”.

A congregação é uma realidade universal. Mas em sua expressão local, Paulo a ela se refere como “a congregação de Deus” (I Coríntios 1:2; 10:32) ou “as congregações de Cristo” (Romanos 16:16). Dessa maneira um termo helênico comum recebe seu significado cristão distinto. Ela faz uma diferenciação entre a assembleia/ajuntamento/comunidade cristã e todos os outros grupos seculares ou religiosos.

A comunidade cristã se aceitou como a comunidade dos tempos finais. Ela se viu como um povo chamado para cumprir os desígnios de Deus em enviar Jesus de Nazaré e sua divina presença. Assim, Paulo diz aos cristãos de Corinto que eles são aqueles “sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (I Coríntios 10:11). Isto é, Deus chamou de novo povo tanto o judaísmo como o mundo gentio. Eles receberiam o poder do Espírito Santo. Partilhariam as Boas Novas (Evangelho) do amor absoluto de Deus pela sua criação (Efésios 2:11-22). Os Evangelhos nos relatam que Jesus escolheu 12 discípulos que se tornaram base desse novo povo. Entendia-se que a congregação era o preenchimento da intenção de Deus em chamar Israel para ser “luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra” (Isaías 49:6; Romanos 11:1-5). Nessa nova comunidade as velhas barreiras de raça, posição social e sexo seriam derrubadas. “Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28). Essa entidade é chamada “corpo de Cristo”. Paulo é o único dentre os escritores do Novo Pacto a falar da congregação como corpo de Cristo (Romanos 12:5; Efésios 1:22-2, 4:12; I Coríntios 12:12-13).

O pensamento de Paulo pode ter duas explicações:
1. A experiência da estrada de Damasco. Conforme relatos no livro de Atos, Jesus se identifica com seus discípulos perseguidos (Atos 9:3-7, 22:6-11, 26:12-18). Na perseguição aos primeiros cristãos, que formavam um corpo, Paulo estava de fato lutando contra o próprio Cristo.
2. O conceito hebreu de solidariedade. Paulo era hebreu de hebreus (Filipenses 3:5) e nesse contexto, o indivíduo é totalmente considerado parte de uma nação, não tendo via real isolada do todo. Ao mesmo tempo, todo o povo pode ser representado por um indivíduo.

A realidade dessa íntima relação entre Cristo e sua congregação é vista por Paulo como análoga à unidade e conexão do corpo físico (Romanos 12:4-8, I Coríntios 12:12-27). Assim, todas as funções do corpo têm seu lugar exato. Divisão no corpo (isto é, na congregação) revela que há algo doente nele. Por diversas vezes Paulo exortou o “corpo de Cristo” à unidade.

REUNIÕES DA CONGREGAÇÃO

A palavra grega ecclesia é normalmente traduzida como “congregação”. O Novo Pacto algumas vezes fala de uma assembleia helênica secular (Atos 19:32,41). Em muitas passagens, como em I Coríntios 14: 19, 28, 35, Paulo se refere a congregação como uma reunião de crentes que formam uma assembleia local. Congregação também pode significar todos os crentes (passados, presentes e futuros) que formam a congregação universal, o completo corpo de Cristo. Há muitas congregações citadas no Novo Pacto, às quais os apóstolos escreveram epístolas de exortação, aconselhamento e instrução (Romanos 16: 3-5, 14, 15: I Coríntios 1:1; I Coríntios 16: 19-20; Colossenses 4: 15-16; Filemom 1: 1-2).

ADORAÇÃO

Quando a congregação se principiou em Jerusalém, os crentes se reuniam nos lares para comunhão e adoração. Atos 2: 42-47 nos conta que os primeiros cristãos se reuniam nos lares para ouvir os ensinamentos dos apóstolos e para celebrar a Comunhão (“o partir do pão”). Nesses encontros, também partilhavam refeições (II Pedro 2:13; Judas 1:12), recitavam as Escrituras, cantavam hinos e salmos e alegremente louvavam ao Senhor (Efésios 5:18-20, Colossenses 3: 16-17). Também se reuniam nos lares para orar (Atos 12:12), ler a Palavra e para ouvir a leitura de uma epístola dos apóstolos (Atos 15:30, Colossenses 4:16).

Fonte: iLúmina

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