<<<<<< A **Doutrina da Igreja** Quando alguém conquista a salvação, a primeira consideração que deveria demandar sua atenção é a comunidade religiosa. A devoção a Deus pela redenção deveria torná-lo tão consciente da associação eclesiástica como dos assuntos inerentes à salvação. 1. A **Natureza da Igreja** 2. **Diversas Concepções Equivocadas da Igreja** *(1). A concepção católica romana* Os católicos romanos acreditam que a igreja é um organismo global e hierárquico sob a liderança do Papa em Roma. J. F. Noll, editor de “Our Sunday Visitor”, de Huntington, Indiana, no “The Fairest Argument” compara a igreja com uma árvore e diz: “As folhas representam a laicidade pelo mundo inteiro. Estão em comunhão direta com os seus respectivos párocos (os ramos mais pequenos da árvore mística). Os sacerdotes, por sua vez, em comunhão direta com os seus bispos, isto é, os ramos maiores. E todos os bispos estão em comunhão direta e constante com o Soberano Pontífice, isto é, o tronco, ou estema, da árvore inteira.” Algumas vezes os católicos romanos ampliam sua concepção de igreja de maneira a fazê-la incluir “todos os fiéis que existiram desde Adão até ao dia presente, ou quem existir até ao fim do tempo” (Concílio de Trento no seu Catecismo Romano, Parte I, Capítulo X, § 16) *praeterea omnes fideles, qui ab Adam in hunc usque diem fuerunt, quive futuri sunt.* *(2). A concepção nacional* Isto se manifesta na “Igreja da Inglaterra”, instituição nacional com o Rei da Inglaterra como seu líder. *(3). A concepção denominacional* Ouvimos da “Igreja Metodista Episcopal, Sul” e da “Igreja Metodista Episcopal, Norte”. Há então a “Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos”. E alguns, desinformados da política batista, falam das igrejas da convenção Batista do Sul como da “Igreja Batista do Sul.” *(4). A concepção Universal* Uma noção popular é que a igreja se constitui de todos os salvos em todo o globo em qualquer época dada ou de toda a gente salva que já viveu, se vivos agora ou falecidos. Assim a igreja é conhecida como sendo universal e invisível. *(5). A concepção conjunta* Todas as igrejas e grupos religiosos, considerados no conjunto, são algumas vezes como “a igreja” em distinção do mundo. 3. O **Significado de** “**EKKLESIA**” A palavra para “igreja” é “ekklesia”. Ao alcançarmos a concepção correta da igreja devemos considerar o sentido preciso desta palavra. *(1). Entre os judeus* Na Septuginta “ekklesia” refere-se aos israelitas quando reunidos para fins religiosos e em nenhuma outra ocasião. Está assim empregada em Deut. 31:30; 32:1; Josué 8:35; 9:8; Juízes 21:8 e 1 Cro. 29:1. Em Atos 7:38 aplica-se a Israel no deserto. Nunca foi usada dos judeus exceto quando em assembleia. *(2). Entre os gregos* Entre os gregos “ekklesia” referia-se tanto a uma reunião de cidadãos convocados de suas casas para algum local público com o objetivo de deliberar (Atos 19:32,41). Nunca foi usada entre os gregos para pessoas não em assembleia. O mesmo é verdade no grego clássico. Foi aplicada aí a “clubes ou associações locais autônomos” (Thomas, The Church and the Kingdom), bem como às assembleias políticas, mas aí não se tem encontrado caso de sua aplicação a pessoas não reunidas ou não se reunindo. *(3). Por Cristo e os apóstolos* Cristo e os apóstolos usaram este termo num sentido até então desconhecido? Quem o afirma deve arcar com o fardo da prova. E para provar semelhante noção é necessário que os seus defensores encontrem casos onde “ekklesia” não pode ser aplicado abstrata ou concretamente a assembleias particulares. Joseph Cross, episcopal, num livro de sermões intitulado “Brasas do Altar”, bem diz: “Ouvimos muito da igreja invisível como contra distinguida da visível. De uma igreja invisível neste mundo nada sei, a Palavra de Deus nada diz; nem pode qualquer coisa parecida existir, exceto no cérebro de um herege.” 4. **Emprego Escriturístico de** “**EKKLESIA**” Trazendo à mente o significado do termo como já notado, achamos os seguintes usos da palavra no Novo Testamento: *(1). O uso abstrato* Termos que são comumente concretos no sentido são muitas vezes usados num sentido abstrato. Tal é o caso com a palavra “lar” na expressão “o lar americano”. O mesmo é também verdade de “casamento” na afirmação “o casamento é uma instituição divina.” Um outro caso oportuno é o uso da palavra “homem” para designar-se a raça. Há pelo menos três passagens da Escritura onde “ekklesia” está usado abstratamente – Mat. 16:18; Efe. 3:10,21; 1 Cor. 12:28. Está manifesto que estas passagens não se referem particularmente a qualquer assembleia individual. Se Mat. 16:18 é tomada como se referindo a uma igreja particular, então deve ser entendido que Cristo prometeu perpetuidade a uma igreja particular. Mas nenhuma igreja particular foi perpetuada. Então os apóstolos, profetas, mestres, dons, etc., como se enumeram em 1 Cor. 12:28, não foram todos ajustados em qualquer igreja particular. E o propósito de Deus de fazer Seus mistérios conhecidos e ganhando-Lhe glória, como indicando em Efe. 3:10,21, abrange não meramente uma igreja particular, mas a igreja como uma instituição. *(2). O uso prospectivo* Há duas passagens da Escritura onde “ekklesia” se refere a uma assembleia futura. Referimos-nos aqui a Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23. Em Efe. 5:25-32 a igreja abarca os eleitos de todas as épocas, mas, segundo a etimologia da palavra original, a igreja com este sentido não pode ser concebida como existindo atualmente no presente tempo. Assim a palavra está usada perspectivamente. E o mesmo é certo em Heb. 12:23. *(3). O uso particular presente e concreto* De todos os 112 casos no Novo Testamento onde “ekklesia” se refere à instituição fundada por Cristo, em todos, exceto os cincos casos já notados e uns outros raros onde possivelmente há um emprego misto, refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a uma pluralidade de igrejas semelhantes, como “a igreja que estava em Jerusalém” (Atos 8:1); “todas as igrejas dos gentios” (Rom. 16:4); “as igrejas da Macedônia” (2 Cor. 8:1); “a igreja em tua casa” (Filemon 2); e “as igrejas de Deus” (2 Tess. 1:4). 5. A **Igreja um Corpo** Frequentemente no Novo Testamento fala-se da igreja como um corpo. E bem diz Joseph Cross: “Um corpo é um organismo, ocupando espaço e tendo localização definida. Uma simples agregação não é um corpo; deve haver organização bem assim. Uma planilha de cabeças, mãos, pés e outros membros não fariam um corpo; devem ser unidos num sistema, cada peça no seu próprio local e penetrada de uma vida comum. Assim uma coleção de pedras, tijolos e madeiras não seriam uma casa; o material deve estar erigido junto, numa ordem artística, adaptada à utilidade. Assim um aglomeração de raízes, troncos e ramagens não seria uma vinha ou uma árvore; as partes várias devem ser desenvolvidos segundo as leis da natureza da mesma semente e nutridas pela mesma seiva vital” (Brasas do Altar). 6. A **Igreja uma Assembleia** A ideia de uma assembleia integra todo uso de “ekklesia” no Novo Testamento. A ideia não é forçada tanto no emprego abstrato como no expectativo. Não o é mais no uso abstrato do que a concepção exata de lar e enlace no uso abstrato desses termos. O uso expectativo de “ekklesia” mantém a ideia de uma assembleia – a assembleia do povo de Deus e a volta de Cristo.Não há neste mundo nenhuma coisa tal como uma igreja universal ou invisível. Abuso é indesculpável de “ekklesia” aplicá-la a todos os cristãos de todos os tempos na hora presente.
- A IGREJA E O REINO
“Os termos escriturísticos “igreja” e “reino” tem sido por séculos presumidos serem idênticos ou quase idênticos no significado.
“Mas a moderna cultura tende rapidamente a reverter esta impressão. Vê-se agora claramente que as duas palavras se referem a duas coisas absolutamente distintas em natureza e radicalmente desiguais em muitos aspectos” (Jesse B. Thomas, The Church and the Kingdom).
“Inferir-se-á prontamente… que a palavra ekklesia suscitaria na mente de um grego ordinário, ou pessoa de língua grega, uma concepção não só idêntica a senão em todo particular a antítese dessa sugerida por Basiléia”(ibid. pág. 213).
“Somos assim forçados a descansar na conclusão que o “reino” em questão, cujo domínio é “dentro”, o qual “não é deste mundo”, que “não vem com observação”, do qual nunca se fala como para ser “construído” (como a “igreja”é), nem é, nem foi intentada jamais ser feita pela agência humana entidade terrena externa ou discernível” (ibid. pág. 214).
A igreja e o presente reino de Deus são distinguidos nos seguintes modos:
(1). A igreja é falada como aquilo que era para ser construído; o reino nunca. Mat. 16:18
(2). Cristo disse: “Dizei-o à igreja”, quando falando de diferença pessoais que não podem ser ajustadas pelas partes envolvidas; mas nunca se disse tal do reino. Mat. 18:17
(3). Do reino se disse que fosse pregado e numa ocasião foi anunciado como “próximo”; mas nunca se disse tal da igreja. Atos 20:25, 28:31; Marcos 1:15.
(4). Lemos do “Evangelho do reino”, mas nunca o Evangelho da igreja. Marcos 1:14; Mat. 4:23; 9:35; 24:14.
(5). A igreja é chamada um corpo; o reino nunca. Efe. 1:22,23; Col. 1:18; 1 Cor. 12:27.
(6). A igreja é uma democracia sob a chefia de Cristo; o reino é uma monarquia. Daí, achamos a igreja autônoma na eleição de Matias, a eleição dos sete diáconos; a separação de Barnabé e Saulo; a escolha de um camarada de viagem para Saulo ( 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23).
(7). A comunidade eclesiástica está sujeita à ação da igreja; ao passo que Deus, puramente independente de toda a autoridade humana, põem homens no Seu reino pelo novo nascimento. João 3:5; 2:6; Col. 1:13; Rom. 14:1; Atos 9:26; 1 Cor. 5; 2 Cor. 2:6.
(8). De nós se diz sermos batizados para a igreja; mas nunca para o Reino. 1 Cor. 12:13.
(9) A igreja tem um caráter orgânico, tendo oficiais (1 Cor. 12:28) e é visível; o reino em nenhum sentido é orgânico e é invisível. Lucas 17:20.
(10). A igreja é local; o reino é universal.
- A FUNDAÇÃO DA IGREJA
- DUAS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
(1). A noção que a igreja foi fundada no dia de Pentecostes recordado em Atos 2
Não há mais tênue vestígio da fundação de algo neste dia. A igreja que existiu no fim do Dia de Pentecostes, existiu antes do Pentecostes. Antes do Pentecostes a igreja teve o Evangelho e o pregara. Teve o batismo e a Ceia do Senhor. Teve também um ministério e fez cultos. Antes do Pentecostes a igreja foi um corpo de crentes batizados, unidos para executarem a vontade de Jesus Cristo. Isto é o que uma igreja é.
(2). A noção que Mat. 16:18 marca o tempo da fundação da igreja
Isto é bem uma noção geral entre os que rejeitam a teoria pentecostal da fundação da igreja. Mas Jesus não disse: “Sobre esta rochafundarei a minha igreja”. Ele empregou a palavra “construir” em vez da palavra “fundar”. E a palavra grega traduzida aqui por “construir” quer dizer construir a super estrutura. Ocorre à mesma palavra em Atos 9:31, que está traduzida por “edificadas”. Cristo estava então construindo ainda Sua igreja tal qual Ele disse que faria em Mat. 16:18.
O que temos dito de Pentecostes podemos também dizer do dia em que Cristo pronunciou as palavras de Mat. 16:18: a igreja que existiu ao cabo desse dia, existiu antes desse dia. Nada há que se possa chamar igreja que veio a existir nesse dia, tanto quanto o arquivo inspirado nos informa.
- O VERDADIERO TEMPO DA FUNDAÇÃO DA IGREJA
Ao localizar a fundação da igreja devemos achar um tempo quando algo que responde à descrição da igreja veio a existir. Esta regra aponta-nos o tempo quando, após uma noite de oração, Cristo escolheu os doze apóstolos. Com esta escolha estes doze homens, pela primeira vez, fez-se um corpo. Tiveram um cabeça – Cristo. Tiveram um tesoureiro – Judas. Presumiram-se eles crentes batizados. Uniram-se para executarem a vontade de Cristo. Que mais além disto se tornaram no dia em que o seu Mestre pronunciou as palavras de Mat. 16:18?
III. A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Há muita controvérsia tocante ao significado de “rocha” nas palavras de Cristo: “sobre esta rocha edificarei minha igreja”. Os católicos romanos e outros tomam a rocha por Pedro. Mas a diferença em gênero e o significado exato entre “Petros”, traduzido por Pedro e “petra” traduzida por rocha faz insustentável esta idéia. No grego clássico a distinção está geralmente observada (vide “petra” no Léxico de Thayer), “petra” significando “a rocha viva mássica” e “petros” significando “um fragmento destacado, mas grande.”
Outros tomam “petra” como significando a fé de Pedro e outros ainda a confissão de Pedro.
Consideramos Cristo aqui como usando de um trocadilho. Tomamos “petra” como se referindo a Cristo divinamente revelado e implantado nos corações dos homens (Col. 1:27). Pensamos que esta interpretação é sustentada por 1 Cor. 3:11, passagem que fala da fundação da igreja em Corinto e fundação que fora lançada pela pregação do Evangelho e a divina revelação e implantação de Cristo no coração.
- AS ORDENANÇAS DA IGREJA
No sentido lato, uma ordenança é meramente um mandamento e qualquer mandamento é uma ordenança; mas a usança comum de hoje limita o termo ordenança da prosa religiosa a formas e cerimônias especiais que pertencem à igreja e são observadas sob sua jurisdição. Neste sentido só achamos duas ordenanças da igreja na Bíblia. São:
- BATISMO
O batismo, que é a imersão em água de um penitente crente em nome da Trindade ou de Cristo por autoridade própria e para o fim de mostrar a morte do crente para o pecado e a ressurreição para andar em novidade de vida, foi o rito inicial das igrejas do Novo Testamento. Ninguém foi recebido sem este rito. Diz Paulo que é o modo porque crentes se fazem parte do corpo de Cristo, a igreja (1 Cor. 12:13).
O batismo é um assunto tão vasto que um capítulo inteiro ser-lhe-a devotado mais tarde; portanto, consideração subseqüente está reservada para esse capítulo.
- A CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor é o memorial instituído por Cristo em que Suas igrejas são mandadas mostrar Sua morte pelo emprego de pão azimo e vinho. Como com o batismo, consideração ulterior virá num capítulo inteiramente devotado a ele.
- OS OFICIAIS ORDENADOS DA IGREJA
O Novo Testamento só menciona dois oficiais ordenados na igreja. São:
- ANCIÃOS OU BISPOS
O título “ancião” ou “bispo” designou o oficial principal nas igrejas do Novo Testamento. Os ocupantes deste ofício presidiam aos cultos, ensinaram e guiaram o povo nas doutrinas e nos deveres cristãos e exerceram a superintendência das igrejas.
São estes dois títulos usados reciprocamente em o Novo Testamento e, portanto, designam o mesmo ofício. O seu uso recíproco pode ser visto em Atos 20:17 e verso 28 do mesmo capítulo. D A concepção não é forçada tão somente no emprego abstrato como no antecipativo. Não o é mais no uso abstrato do que o pensamento correto de lar e matrimônio no uso abstrato desses termos. O uso antecipativo de “ekklesia” guarda a concepção de uma reunião – a reunião do povo de Deus e o retorno de Cristo.
Não existe neste mundo nenhuma coisa tal como uma igreja universal ou invisível. O desvio é injustificável de “ekklesia” utilizá-la a todos os cristãos de todas as épocas no tempo presente.
- A IGREJA E O REINO
“Os termos escriturísticos “igreja” e “reino” tem sido por séculos presumidos serem idênticos ou quase idênticos no significado.
“Mas a moderna cultura tende rapidamente a reverter esta impressão. Vê-se agora claramente que as duas palavras se referem a duas coisas absolutamente distintas em natureza e radicalmente desiguais em muitos aspectos” (Jesse B. Thomas, The Church and the Kingdom).
“Inferir-se-á prontamente… que a palavra ekklesia suscitaria na mente de um grego ordinário, ou pessoa de língua grega, uma concepção não só idêntica a senão em todo particular a antítese dessa sugerida por Basiléia”(ibid. pág. 213).
“Somos assim forçados a descansar na conclusão que o “reino” em questão, cujo domínio é “dentro”, o qual “não é deste mundo”, que “não vem com observação”, do qual nunca se fala como para ser “construído” (como a “igreja”é), nem é, nem foi intentada jamais ser feita pela agência humana entidade terrena externa ou discernível” (ibid. pág. 214).
A igreja e o presente reino de Deus são distinguidos nos seguintes modos:
(1). A igreja é mencionada como aquilo que era para ser construído; o reino nunca. Mat. 16:18
(2). Cristo disse: “Dizei-o à igreja”, quando falando de diferença pessoais que não podem ser ajustadas pelas partes envolvidas; mas nunca se disse tal do reino. Mat. 18:17
(3). Do reino se disse que fosse pregado e numa ocasião foi anunciado como “próximo”; mas nunca se disse tal da igreja. Atos 20:25, 28:31; Marcos 1:15.
(4). Lemos do “Evangelho do reino”, mas nunca o Evangelho da igreja. Marcos 1:14; Mat. 4:23; 9:35; 24:14.
(5). A igreja é chamada um corpo; o reino nunca. Efe. 1:22,23; Col. 1:18; 1 Cor. 12:27.
(6). A igreja é uma democracia sob a chefia de Cristo; o reino é uma monarquia. Daí, achamos a igreja autônoma na eleição de Matias, a eleição dos sete diáconos; a separação de Barnabé e Saulo; a escolha de um camarada de viagem para Saulo ( 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23).
(7). A comunidade eclesiástica está sujeita à ação da igreja; ao passo que Deus, puramente independente de toda a autoridade humana, põem homens no Seu reino pelo novo nascimento. João 3:5; 2:6; Col. 1:13; Rom. 14:1; Atos 9:26; 1 Cor. 5; 2 Cor. 2:6.
(8). De nós se diz sermos batizados para a igreja; mas nunca para o Reino. 1 Cor. 12:13.
(9) A igreja tem um caráter orgânico, tendo oficiais (1 Cor. 12:28) e é visível; o reino em nenhum sentido é orgânico e é invisível. Lucas 17:20.
(10). A igreja é local; o reino é universal.
- A FUNDAÇÃO DA IGREJA
- DUAS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
(1). A noção que a igreja foi fundada no dia de Pentecostes recordado em Atos 2
Não há o menor indício da fundação de coisa alguma neste dia. A igreja que existiu no fim do Dia de Pentecostes, existiu antes do Pentecostes. Antes do Pentecostes a igreja teve o Evangelho e o pregara. Teve o batismo e a Ceia do Senhor. Teve também um ministério e fez cultos. Antes do Pentecostes a igreja foi um corpo de crentes batizados, unidos para executarem a vontade de Jesus Cristo. Isto é o que uma igreja é.
(2). A noção que Mat. 16:18 marca o tempo da fundação da igreja
Isto é bem uma noção geral entre os que rejeitam a teoria pentecostal da fundação da igreja. Mas Jesus não disse: “Sobre esta rochafundarei a minha igreja”. Ele empregou a palavra “construir” em vez da palavra “fundar”. E a palavra grega traduzida aqui por “construir” quer dizer construir a super estrutura. Ocorre à mesma palavra em Atos 9:31, que está traduzida por “edificadas”. Cristo estava então construindo ainda Sua igreja tal qual Ele disse que faria em Mat. 16:18.
O que temos dito de Pentecostes podemos também dizer do dia em que Cristo pronunciou as palavras de Mat. 16:18: a igreja que existiu ao cabo desse dia, existiu antes desse dia. Nada há que se possa chamar igreja que veio a existir nesse dia, tanto quanto o arquivo inspirado nos informa.
- O VERDADEIRO TEMPO DA FUNDAÇÃO DA IGREJA
Ao localizar a fundação da igreja devemos encontrar um tempo quando algo que responde à descrição da igreja veio a existir. Esta regra aponta-nos o tempo quando, após uma noite de oração, Cristo escolheu os doze apóstolos. Com esta escolha estes doze homens, pela primeira vez, fez-se um corpo. Tiveram um cabeça – Cristo. Tiveram um tesoureiro – Judas. Presumiram-se eles crentes batizados. Uniram-se para executarem a vontade de Cristo. Que mais além disto se tornaram no dia em que o seu Mestre pronunciou as palavras de Mat. 16:18?
III. A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Há muita controvérsia tocante ao significado de “rocha” nas palavras de Cristo: “sobre esta rocha edificarei minha igreja”. Os católicos romanos e outros tomam a rocha por Pedro. Mas a diferença em gênero e o significado exato entre “Petros”, traduzido por Pedro e “petra” traduzida por rocha faz insustentável esta idéia. No grego clássico a distinção está geralmente observada (vide “petra” no Léxico de Thayer), “petra” significando “a rocha viva mássica” e “petros” significando “um fragmento destacado, mas grande.”
Outros tomam “petra” como significando a fé de Pedro e outros ainda a confissão de Pedro.
Consideramos Cristo aqui como usando de um trocadilho. Tomamos “petra” como se referindo a Cristo divinamente revelado e implantado nos corações dos homens (Col. 1:27). Pensamos que esta interpretação é sustentada por 1 Cor. 3:11, passagem que fala da fundação da igreja em Corinto e fundação que fora lançada pela pregação do Evangelho e a divina revelação e implantação de Cristo no coração.
- AS ORDENANÇAS DA IGREJA
No sentido lato, uma ordenança é simplesmente um mandamento e qualquer mandamento é uma ordenança; mas a prática comum de hoje limita o termo ordenança da prosa religiosa a formas e cerimônias especiais que pertencem à igreja e são observadas sob sua jurisdição. Neste sentido só encontramos duas ordenanças da igreja na Bíblia. São:
- BATISMO
O batismo, que é a imersão em água de um penitente crente em nome da Trindade ou de Cristo por autoridade própria e para o fim de mostrar a morte do crente para o pecado e a ressurreição para andar em novidade de vida, foi o rito inicial das igrejas do Novo Testamento. Ninguém foi recebido sem este rito. Diz Paulo que é o modo porque crentes se fazem parte do corpo de Cristo, a igreja (1 Cor. 12:13).
O batismo é um assunto tão vasto que um capítulo inteiro ser-lhe-a dedicado mais tarde; portanto, consideração subseqüente está reservada para esse capítulo.
- A CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor é o memorial instituído por Cristo em que Suas igrejas são mandadas mostrar Sua morte pelo emprego de pão ázimo e vinho. Como com o batismo, consideração posterior virá num capítulo inteiramente dedicado a ele.
- OS OFICIAIS ORDENADOS DA IGREJA
O Novo Testamento só menciona dois oficiais ordenados na igreja. São:
- ANCIÃOS OU BISPOS
O título “ancião” ou “bispo” designou o oficial principal nas igrejas do Novo Testamento. Os ocupantes deste ofício presidiam aos cultos, ensinaram e guiaram o povo nas doutrinas e nos deveres cristãos e exerceram a supervisão das igrejas.
São estes dois títulos usados reciprocamente em o Novo Testamento e, portanto, designam o mesmo ofício. O seu uso recíproco pode ser visto em Atos 20:17 e verso 28 do mesmo capítulo. Apresenta-se na primeira menção que Paulo chamou os presbíteros da congregação de Éfeso e na segunda ele os nomeia “dirigentes”, que é a versão fiel da palavra vertida em outro lugar por “epíscopos”. Veja Fil. 1:1. A utilização alternada de ambos os títulos em debate pode ser vista também em Tito 1:5,7. O vocábulo “pastor” é um outro vocábulo usado só uma vez no Novo Pacto (Efe. 4:11), o qual designou, de modo semelhante, o mesmo cargo como presbítero e epíscopo. Aparenta ter sido a norma no Novo Pacto, em suas congregações, possuir uma multiplicidade de presbíteros, como se observa completamente no caso da congregação de Éfeso (Atos 20:17), e no caso da congregação de Filipos (Fil. 1:1) e como parece estar indicado no caso de outras congregações em Atos 14:23 e Tito 1:5. A razão essencial, porventura, para se ter uma multiplicidade de presbíteros nas congregações do Novo Pacto, é que era hábito haver só uma congregação em qualquer urbe, tendo esta, presumivelmente, um número de pontos de proclamação pela mesma. Um ministério hierárquico é desconhecido no Novo Pacto. O epíscopo era um oficial de uma congregação específica e não um dirigente das congregações de uma dada área, como é o caso hoje em certas organizações. 2. **DIÁCONOS** Veja Atos 6:1-8; Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13. Há tanta coisa a declarar-se com relação ao diaconato que reservamos tratamento mais amplo para posterior capítulo exclusivamente dedicado a este assunto. * O **GOVERNO DA CONGREGAÇÃO** As congregações do Novo Pacto eram autônomas e democráticas em sua administração. Este evento está evidenciado em: * A **ESCOLHA DE MATIAS** Ainda que o método empregado na eleição de Matias não seja o comum nas votações de hoje, o relato de Lucas (Atos 1:23-26) presume que a congregação inteira participou de sua eleição. “Propuseram” (v. 23), “oraram” (v. 24), e “lançaram sortes”. O grupo inteiro de cento e vinte (v. 15) é o antecedente naturalíssimo do pronome “eles” nestas expressões. 2. A **ESCOLHA DOS SETE DIÁCONOS** Quando surgiu a necessidade desses sete servidores da congregação, os apóstolos não assumiram a autoridade de os apontar, mas “convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas; escolhei, pois, irmãos dentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (Atos 6:2,3). “E este parecer satisfez a toda a multidão e elegeram” os sete varões cujos nomes são dados. A multidão dos discípulos, isto é, a congregação, fez a eleição. 3. A **SEPARAÇÃO DE BARNABÉ** E **SAULO** Nisto observamos a independência das congregações do Novo Pacto. A congregação de Antioquia, ainda que muito mais jovem que a de Jerusalém, agiu nesta questão independente desta e sem sequer consultá-la. Veja Atos 13:1-3. Nem a congregação consultou os apóstolos. 4. A **EXCLUSÃO** E **RESTAURAÇÃO DO HOMEM INCESTUOSO EM CORINTO**. Paulo dirigiu-se à congregação como um todo nesta questão. Veja 1 Cor. 5. E na recomendação concernente à restauração deste homem (2 Cor. 2:6) fala de sua punição como tendo o mesmo sido aplicado por “muitos”, literalmente, a maior parte ou maioria. Isto implica distintamente que a congregação era democrática na exclusão do homem. Não foi feito pelos presbíteros, nem pelos diáconos, mas pelos muitos ou a maioria. 5. A **ESCOLHA DE COMPANHEIROS VIAJANTES PARA PAULO** Veja 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23. Paulo reconheceu o direito de as congregações terem seus próprios representantes acompanhando-o em suas viagens entre as congregações para arrecadar as ofertas para os santos em Jerusalém. Temos, sem dúvida, estes mensageiros das congregações” mencionados em Atos 20:4. Assim Paulo não foi um senhor sobre a herança de Deus, mas reconheceu-lhes o direito de autonomia. Paulo fala desses irmãos como tendo sido escolhidos das congregações. Isto presume que as congregações agiram como corpos em sua eleição. Não foram apontados pelos presbíteros. A única maneira por que uma congregação pode agir como um corpo é por algum método de votar. Qualquer método adequado de votar é uma expressão de democracia. 6. O **DEVER** E A **RESPONSABILIDADE DA CONGREGAÇÃO TODA EM**: *(1). Manter unidade de ação* Veja Rom. 12:16; 1 Cor. 1:10; 2 Cor. 13:11; Efe. 4:3; Fil. 1:27; 1 Ped. 3:8. Strong mui corretamente observa nesta passagem que elas “não são meros conselhos de submissão passiva, tais como poderiam ser dados uma hierarquia, ou aos membros da Companhia de Jesus: são conselhos de cooperação e juízo harmonioso.” *(2). Conservar puras a doutrina e a prática* 1 Tim. 3:15; Judas 3. Veja também as exortações às congregações no Apocalipse 2 e 3. *(3). Guardar a ordenanças* 1 Cor. 11:2, 23, 24. E podemos concluir por declarar que em nenhum caso no Novo Pacto vemos contrariadas a independência e a democracia da congregação. **VII**. A **MISSÃO DA CONGREGAÇÃO** A missão da congregação está claramente traçada na comissão de despedida de nosso Senhor como recorda em Mat. 28:19,20. Há três elementos nesta comissão. * **FAZER DISCÍPULOS** A frase “ensinai todas as nações” pode ser traduzida “disciplinai todas as nações” que este é o seu significado. Da versão de Marcos achamos que os discípulos são para ser feitos pela pregação do Evangelho. À luz de outras passagens não pode ser sustentado que o discipulado se fez através do ato de batismo, como alguns quereriam que fosse. Achamos que o Mestre, autor da comissão e nosso exemplo perfeito, “fez e batizou” discípulos (João 4:1), o que implica que os discípulos foram feitos e então batizados, não feitos pelo ou através do batismo. Precisamos de notar que esta comissão autoriza a pregação mundial do Evangelho. É para irmos em todo o mundo e pregarmos o Evangelho a toda criatura (Marcos 16:15), fazendo discípulos em todas as nações. Nem pode ser razoavelmente sustentado que isto coube só a era apostólica. A promessa da presença de Cristo até ao fim dos séculos (Mat. 28:20) implica uma continuação da comissão até ao fim dos séculos, pelo que se quer dizer o fim da presente dispensação, que virá na volta de Cristo. 2. **BATIZANDO**-**OS** Ao passo que o batismo nada tem a ver com fazer discípulos e não tem poder salvador, todavia está ordenado por nosso Senhor e é, portanto, importante. A comissão de Cristo proíbe expressamente batizar crianças de peito e outras pessoas inconquistáveis. O antecedente “os” são os tais que são discípulos. Ninguém se arroga o batismo a menos que possa ser ensinado e então a ele não se arroga até que tenha sido ensinado e tenha recebido esse ensino. Veja Atos 2:41, 8:36,37, 19:1-5. 3. **ENSINANDO**-**OS** Ainda não estamos terminados quando fizemos discípulos e os batizamos: somos intimados a ensiná-los e a ensinar-lhes tudo quanto Cristo mandou. Já nos referimos à promessa da presença de Cristo que se ajunta a esta comissão. A promessa não só indica que a comissão tem uma aplicação perpétua até ao fim dos séculos, mas também indica que Cristo se dirigiu aos apóstolos, não como indivíduos senão como constituindo eles a congregação. Estes apóstolos há muito estão mortos, contudo o fim dos séculos não veio; logo, Cristo deve ter precisado falar-lhes como a um corpo que se perpetuaria até ao fim dos séculos. A comissão, portanto, foi cometida à congregação. A execução dela, então, é, primariamente, uma responsabilidade da congregação. **VIII**. A **COMUNIDADE DA CONGREGAÇÃO** De que espécie de pessoas consistiram as congregações do Novo Pacto? Houve ali uma coisa semelhante à comunidade infantil da congregação? Podemos responder a esta última pergunta com uma negativa enfática. Toda palavra no Novo Pacto que de qualquer A forma como se lida com os assuntos da comunidade da igreja é completamente contrária à ideia pueril de igreja. Não encontramos sequer o mais vago sinal de que alguma vez tenha sido aceita em uma igreja do Novo Testamento alguma pessoa leviana. As igrejas do Novo Testamento eram formadas unicamente por pessoas presumivelmente convertidas. Os que se afastaram disso, se desviaram da Palavra de Deus e suas organizações não merecem ser chamadas de igrejas do Novo Testamento. **DISCIPLINA DA IGREJA** Pode-se definir a disciplina como o tratamento adequado a um aprendiz ou discípulo, ou o treinamento de alguém para agir de acordo com normas estabelecidas. Na grande comissão, vemos que o ensino ou treinamento dos discípulos de Cristo foi confiado à igreja. Este ensino ou treinamento deve ajustar-se às necessidades de diferentes categorias de discípulos e deve consistir em mais do que uma simples proclamação da verdade. Consideramos isso verdadeiro de acordo com as epístolas pastorais e com o próprio Cristo. Observamos, portanto: **TRÊS TIPOS DE DISCIPLINA** *(1). Disciplina formativa* Esta é a maneira primária e mais simples de disciplina. Consiste em ensinar, instruir e orientar os sinceros e decididos nos caminhos da verdade e justiça. As igrejas deveriam se dedicar diligentemente a esta forma de disciplina. É o método melhor e mais satisfatório. Se for usada fielmente, outras formas de disciplina menos desejáveis não serão tão necessárias. *(2). Disciplina corretiva* A mais diligente disciplina formativa, no entanto, não evitará desvios da senda reta e estreita por parte de todos os crentes. Alguns certamente serão assaltados pelo pecado. Desta classe está se falando em Gálatas 6:1. Estes não são os obstinados e persistentemente pecaminosos, mas os que vivem geralmente de forma correta e são pegos por alguma tentação ou hábito e assim caem em pecado. Devem ser restaurados pelos espiritualmente inclinados na igreja. Estes deveriam ir aos que erraram e, com mansidão, procurar recuperá-los do seu pecado. Se este plano for seguido, muitos serão salvos de prejudicarem grandemente a si mesmos e à igreja. Um outro caso de disciplina corretiva encontra-se em Mateus 18:17. Aqui temos o caso de um irmão ofender a outro. Depois de o ofendido ter dado os dois primeiros passos sem resultado, levará o assunto ao conhecimento da igreja, a qual, então, julgará o caso e buscará reconciliar os dois irmãos separados. Isto é disciplina corretiva. *(3). Disciplina restritiva* Por disciplina restritiva entende-se cortar ou excluir um membro da igreja por alguma ofensa ímpia ou por persistência no pecado. Não importa quão bem uma igreja se saia na aplicação da disciplina tanto formativa como corretiva, ela achará necessário uma vez ou outra afastar-se de alguma pessoa e retirar-lhe a mão de comunhão fraternal. Notemos: Os fins da disciplina restritiva. (a). O bem do excluído. Sempre que o excluído parece ser pessoa salva, isto deveria ser a coisa predominante. E quando mesmo estiver claro que a pessoa ofensora está perdida, deveríamos esperar que sua exclusão ajudará a produzir sua salvação. Paulo recomendou a exclusão do incestuoso em Corinto, primeiro que tudo, para “a destruição da carne”, a saber, a natureza carnal. Deveríamos orar pelo excluído para que Deus use a disciplina para seu próprio bem. No caso do homem de Corinto vemos que a disciplina realizou o seu fim desejado. De 2 Coríntios 2:6-8 vemos que esse homem se arrependeu. Muitos discípulos têm sido despertados e trazidos à razão pela exclusão da igreja. (b). O bem da igreja. Paulo assinalou uma outra razão para a exclusão do homem de Corinto. Paulo diz-lhes que purguem o fermento velho, porque “um pouco de fermento leveda toda a massa.” Vide 1 Coríntios 5:7,8. A igreja deve excluir o ímpio para que possa proteger o resto de sua comunidade. O exemplo do ímpio, se for deixado na igreja, tenderá a corromper a igreja inteira. (c). A glória de Cristo. Ainda que a igreja não precisasse de excluir os ímpios por amor deles mesmos e como uma proteção do restante da comunidade, ela carecia de fazê-lo para a glória de Cristo. A igreja é Seu corpo e O representa no mundo. Desonra a Cristo ser o Seu corpo conspurcado pela impiedade. Paulo aqui contrapõe as divisões na igreja com o fundamento que Cristo não está dividido (1 Coríntios 1:13). Do mesmo modo podemos arguir contra a permissão da impiedade na igreja sobre o fundamento que em Cristo não há impiedade. Ofensas dignas da disciplina restritiva. Estas ofensas podem ser divididas em três tipos; a saber: (a). Ofensas pessoais. Esta classe de ofensas está referida em Mateus 18:15-18 e o método de tratar com elas está indicado. Uma igreja não deveria permitir a um dos seus membros trazer diante dela queixa contra outro membro antes que se tenham dado os dois passos precedentes escritos por Jesus. (b) Ofensas doutrinárias. Vide Romanos 16:17; 1 Timóteo 6:3-5. De cada uma das passagens precedentes a disciplina restritiva da igreja é uma inferência razoável no caso de ensinadores persistentes do erro. Aqueles mencionados em Romanos 16:17 evidentemente não eram membros da igreja, mas supondo que tivessem sido; podia a comunidade da igreja evitá-los de tal modo a impedi-los de causar muito dano sem excluí-los da igreja? Estaria em boa ordem reter na igreja pessoas que a comunidade como um todo precisaria de evitar? E supondo que esses falsos mestres insistissem em falar seus erros nas reuniões da igreja? Respondei a estas perguntas calmamente e vereis a clara inferência de tais caracteres como referidos em Romanos 16:17, se na igreja deve precisar ser excluído da igreja para que as instruções de Paulo sejam cumpridas de uma maneira ordeira e efetiva. E seria direito para Timóteo retirar-se de membros da igreja? Uma solução assim não produziria cisma no corpo, que nunca deveria existir no corpo de Cristo? Assim temos a mesma inferência desta segunda passagem. Mas notai que em ambos os casos os falsos mestres são falados como propagando seus erros e causando divisão na igreja. Tal conduta reclama disciplina. Contudo o caso é diferente com aqueles que não compreendem a verdade como deviam, mas são suscetíveis de aprender e não se portam de maneira a causarem divisão na igreja. É desta classe que Paulo fala quando diz: “Ao que é fraco na fé recebei vós.” (Romanos 14:1). (c) Ofensas Morais. Vide 1 Coríntios 5:1-7; 2 Tessalonicenses 3:6,14. **OBSERVAÇÕES ADICIONAIS SOBRE DISCIPLINA** *(1). Indicação de comissão não obrigatória* Note-se que nada se diz em quaisquer das passagens referidas, nem qualquer coisa está dito em qualquer das passagens referidas, quanto à necessidade de se mandar uma comissão ver um membro ofensor antes que se institua ação disciplinar. Não dizemos que isto nunca deveria ser feito, mas desejamos enfatizar que a Escritura de nenhum modo obriga a igreja para assim fazer em qualquer caso. De fato, a Escritura nenhuma vez menciona a indicação de uma comissão nos casos de disciplina. A igreja é deixada livre sob a liderança do Espírito Santo para decidir quando se precisa de uma comissão. Alguns procuram usar Mateus 18:15-17 para provarem que uma comissão sempre deve ser indicada para ver a pessoa ofensora. Mas não há aqui menção de uma comissão indicada pela igreja. Nesta passagem temos direções para ofensas pessoais. Isto nada tem a ver com outra ofensa. *(2). Visitação pessoal não obrigatória* Não está dito na Escritura que alguém deva trabalhar privadamente com a pessoa culpada de ofensa doutrinal ou moral antes de o caso ser trazido perante a igreja para disciplina restritiva. A primeira coisa que deveria prender toda atenção do salvo é a Igreja, bem como toda a matéria concernente à salvação. Outra vez não dizemos que isto não deveria ser feito. No caso de ofens Em ofensas mais sérias e repugnantes, não se deve seguir tal procedimento. Em situações assim, apenas a expulsão imediata pode alcançar os resultados desejados. Observe que Paulo, no caso do homem de Corinto, aconselhou a expulsão imediata, sem quaisquer etapas preliminares. Veja 1 Cor. 5:1-7. <<< Julgamentos eclesiásticos desnecessários e insensatos Não há menção alguma nas Escrituras sobre um julgamento da igreja para um transgressor. Em se tratando de ofensas pessoais, pode surgir a ocasião em que o acusado deva ser ouvido em sua própria defesa e, nesses casos, ele deverá ser ouvido, a menos que os fatos a respeito de sua culpa sejam conhecidos a ponto de não permitirem qualquer hesitação. Mas em situações assim, é preferível que sua defesa seja apresentada à igreja por uma comissão, ao invés da própria pessoa acusada. E, em outra ofensa, se a igreja julgar apropriado, pode ser permitido ao acusado defender-se por si mesmo; mas, igualmente, é muito melhor que sua defesa seja feita por uma comissão. De outra maneira, muito dano pode ser causado por palavras ásperas e desatinadas, assuntos levados à igreja. Em qualquer caso onde a igreja esteja certa da culpabilidade do acusado, ela não precisa permitir-lhe qualquer defesa. Uma igreja nunca deveria excluir um membro, no entanto, sem estar certa dos fundamentos. Ela deverá sempre tomar as providências necessárias para apurar os fatos. Mas ela não está obrigada a qualquer forma padronizada de procedimento. A igreja não é um tribunal e não pode ser obrigada a agir sob as regras de um tribunal. * A **PERPETUIDADE DA IGREJA** Em Mat. 16:18, ao falar da igreja, disse Jesus: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela." Nossa alegação é que, aqui, Cristo prometeu a existência contínua da igreja. O Hades é o reino invisível de todos os falecidos; ele contém tanto os falecidos justos quanto os ímpios. Todavia, uns e outros não estão na mesma localidade ou condição. Os ímpios estão atormentados no fogo (Luc. 16:23). Os justos estão com o Senhor (2 Cor. 5:8; Fil. 1:23). Mas tanto justos como ímpios estão naquele reino invisível dos falecidos, o qual é conhecido como hades. Thayer define "hades" como se referindo a "o receptáculo comum dos espíritos desencarnados". Justin A. Smith diz que quer dizer "em geral o mundo dos mortos". Segundo John A. Broadus, quer dizer "o mundo invisível, a habitação dos mortos". E Broadus acrescenta: "Nem o Hades nem o Sheol alguma vez denota distintamente o lugar de tormento", mas ele diz "o lugar de tormento está no Hades e assim está a habitação de Abraão, separada por um abismo intransponível, mas dentro da vista e do ouvido". "As portas do Hades" tomamos para significar entrada, antes do que poder ofensivo ou defensivo. Portanto, tomamos a passagem para significar que o hades jamais poderá engolir a igreja, que ela nunca morrerá. Assim entendemos Jesus como prometendo que Ele manterá a igreja viva, a despeito do fato que o material humano de que ela se formaria morreria. Como este material morre, Ele levanta outros para perpetuarem a igreja. Cremos que Mat. 16:18 nos justifica em crermos que nunca houve um momento desde que Jesus fundou Sua igreja em que não tenha havido uma igreja verdadeira sobre a terra. Teve sua existência em todo o tempo até ao presente e continuará a existir até que Jesus venha para recebê-la em Si mesmo (*). * **OS SINAIS IDENTIFICADORES DA IGREJA** Se, como crentes, a igreja de Cristo perpetuou-se, então ela está no mundo hoje e tem estado no mundo desde sua fundação. Por que meios, então, reconhecemos esta igreja em qualquer tempo? Para haver uma igreja, deve ela ser: * **UM CORPO LOCAL INDEPENDENTE** A Igreja Católica Romana não pode qualificar-se como igreja de Cristo. Nem o pode qualquer ramo da corrente Metodista Episcopal. Nada disto existiu nos tempos do Novo Testamento. As igrejas do Novo Testamento eram locais, corpos independentes. Nenhuma instituição hierárquica pode qualificar-se como uma igreja. * **SUSTENTANDO** A **VERDADE COMO** A **MANEIRA DE FAZER DISCÍPULOS** O propósito primordial de Jesus, ao colocar a igreja no mundo, foi que o Seu Evangelho fosse divulgado. Nenhuma instituição que propaga o Evangelho falso é reconhecida dAquele que ameaçou mesmo a igreja de Éfeso com a remoção do seu candelabro porque simplesmente esfriara em seu fervor e ficara negligente com respeito à obra que Ele confiara às Suas igrejas. Nenhuma instituição que ensina qualquer forma de salvação pelas obras está sustentando a verdade quanto ao meio de fazer discípulos. Uma igreja deve ensinar a salvação totalmente por graça através da fé. * **SUSTENTANDO** A **VERDADE QUANTO AO BATISMO** O batismo bíblico é essencial a uma verdadeira igreja porque é a entrada para a igreja. Vide 1 Cor. 12:13. Logo, não pode haver igreja sem batismo. Uma organização que pratica qualquer coisa, menos a imersão, ou não sustenta o batismo de crentes, ou que batiza gente para que se salve, certamente não é reconhecida por Cristo como uma de Suas igrejas. * **RECONHECENDO** A **CRISTO SÓ COMO SEU CHEFE** E **PROCURANDO EXECUTAR SUA VONTADE** E **MANDAMENTOS** A igreja é um corpo místico; consequentemente, ela pertence ao seu cabeça. Se o seu Cabeça é Cristo, ela é Sua igreja. Se o seu cabeça é o Papa, ela é a igreja do Papa. Se o seu cabeça é uma conferência, então ela é a igreja de uma conferência. Se o seu cabeça é um presbitério ou sínodo, então ela pertence ao presbitério ou sínodo em vez de a Cristo. Onde quer que se encontre um corpo local possuindo todos esses atributos, aí está uma igreja. Sem eles todos, não pode haver igreja. Apostila Sete Teologia Sistemática
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