adoracao-divina

“Eu te glorificarei, SENHOR, com toda a minha alma; relatarei todas as tuas proezas. Em ti me regozijarei e manifestarei alegria; entoarei cânticos ao teu nome, ó Excelso.” Sl 9.1,2

A RELEVÂNCIA DO LOUVOR.

As Escrituras Sagradas continuamente incitam o povo de Deus a glorificar ao Senhor.

(1) O Velho Testamento utiliza três termos primários para convocar os israelitas a celebrarem a Deus: a palavra barak (igualmente traduzida “abençoar”); a palavra halal (da qual provém a palavra “aleluia”, que literalmente significa “glorificai ao Senhor”); e a palavra yadah (por vezes traduzida por “agradecer”).

(2) O primeiro hino nas Escrituras, proferido após os israelitas cruzarem o mar Vermelho, foi, em essência, um cântico de exaltação e gratidão a Deus (Êx 15.2). Moisés orientou os israelitas a exaltarem a Deus pela sua benevolência em conceder-lhes a terra prometida (Dt 8.10). O cântico de Débora, por sua vez, reuniu o povo expressamente para glorificar ao Senhor (Jz 5.9). A inclinação de Davi em celebrar a Deus está registrada, tanto na história da sua vida (2Sm 22.4,47,50; 1Cr 16.4 ,9, 25, 35, 36; 29.20), quanto nos salmos que compôs (9.1,2; 18.3; 22.23; 52.9; 108.1, 3; 145). Os outros salmistas também convocam o povo de Deus a, enquanto viver, sempre magnificá-lo (33.1,2; 47.6,7; 75.9; 96.1-4; 100; 150). Por fim, os profetas do Velho Testamento determinam que o povo de Deus o exalte (Is 42.10,12; Jr 20.13; Sl 12.1; 25.1; Jr 33.9; Jl 2.26; Hc 3.3).

(3) O chamado para glorificar a Deus também ressoa por todo o NT. O próprio Jesus glorificou a seu Pai celestial (Mt 11.25; Lc 10.21). Paulo almeja que todas as nações celebrem a Deus (Rm 15.9-11; Ef 1.3,6,12) e Tiago nos convida a exaltar ao Senhor (Tg 3.9; 5.13).
E, no final, a cena vislumbrada no Apocalipse é a de uma extensa multidão de santos e anjos, glorificando a Deus incessantemente (Ap 4.9-11; 5.8-14; 7.9-12; 11.16-18).

(4) Glorificar a Deus é uma das tarefas primordiais dos anjos (103.20; 148.2) e é dádiva do povo de Deus, tanto crianças (Mt 21.16; ver Sl 8.2), quanto adultos (30.4; 135.1,2, 19-21). Ademais, Deus também convoca todas as nações a magnificá-lo (67.3-5; 117.1; 148.11-13; Is 42.10-12; Rm 15.11). Isso significa que tudo o que respira está chamado a entoar bem alto as aclamações de Deus (150.6). E, como se não fosse o bastante, Deus também convida a natureza inanimada a louvá-lo — como, por exemplo, o sol, a lua e as estrelas (148.3,4; cf. Sl 19.1,2); os relâmpagos, o granizo, a neve e o vento (148.8); as montanhas, colinas, rios e mares (98.7,8; 148.9; Is 44.23); todos os tipos de árvores (148.9; Is 55.12) e todos os tipos de seres vivos (69.34; 148.10).

FORMAS DE LOUVOR.

Há diversas maneiras de se celebrar a Deus.

(1) A exaltação é algo crucial na adoração comunitária prestada pelo povo de Deus (100.4).

(2) Tanto na adoração comunitária como noutros casos, uma forma de glorificar a Deus é entoar salmos, hinos e cânticos espirituais (96.1-4; 147.1; Ef 5.19,20; Cl 3.16,17). O cântico de exaltação pode ser com a mente (i.e., em idiomas humanos conhecidos) ou com o espírito (i.e., em línguas; 1Co 14.14-16, ver 14.15).

(3) A exaltação através de instrumentos musicais. Neste particular o AT menciona instrumentos variados, de sopro, como chifre de carneiro e trombetas (1Cr 15.28; Sl 150.3), flauta (1Sm 10.5; Sl 150.4); instrumentos de cordas, como harpa e lira (1Cr 13.8; Sl 149.3; 150.3), e instrumentos de percussão, como tambores e címbalos (Êx 15.20; Sl 150.4,5).

(4) Podemos, também, glorificar a Deus, ao narrar ao nosso próximo das maravilhas de Deus para conosco, pessoalmente. Davi, por exemplo, após a vivência do perdão divino, estava ansioso para transmitir aos outros, o que o Senhor havia feito por ele (51.12,13, 15).
Outros autores bíblicos nos incitam a proclamar a glória e exaltação de Deus, na reunião do seu povo (22.22-25; 111.1; Hb 2.12) e entre as nações (18.49; 96.3,4; Is 42.10-12). Pedro conclama o povo de Deus “para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Em outras palavras, a atividade missionária é um meio de celebrar a Deus.

(5) Por fim, o crente que vive a sua vida para a glória de Deus está a exaltar ao Senhor. Jesus nos recorda que quando o crente irradia a sua luz, as pessoas contemplam as suas boas obras e glorificam e exaltam a Deus (Mt 5.16; Jo 15.8). De modo semelhante, Paulo também demonstra que uma vida repleta de frutos da justiça glorifica a Deus (Fp 1.11).

RAZÕES PARA GLORIFICAR A DEUS.

Por que o povo exalta ao Senhor?

(1) Uma das razões notórias provém do esplendor, glória e magnificência do nosso Deus, aquele que criou os céus e a terra (96.4-6; 145.3; 148.13), aquele a quem devemos enaltecer na sua santidade (99.3; Is 6.3).

(2) A nossa experiência dos atos portentosos de Deus, em especial dos seus atos de salvação e de redenção, é uma razão extraordinária para glorificarmos ao seu nome (96.1-3; 106.1,2; 148.14; 150.2; Lc 1.68-75; 2.14, 20); desse modo, celebramos a Deus pela sua compaixão, graça e amor imutáveis (57.9, 10; 89.1,2; 117; 145.8-10; Ef 1.6).

(3) Também devemos exaltar a Deus por todos os seus atos de libertação em nossa vida, como por exemplo, livramento de inimigos ou cura de doenças (9.1-5; 40.1-3; 59.16; 124; Jr 20.13; Lc 13.13; At 3.7-9).

(4) Por fim, o cuidado providencial de Deus para conosco, dia após dia, tanto material quanto espiritualmente, é uma grandiosa razão para celebrarmos e abençoarmos o seu nome (68.19; 103; 147; Is 63.7).

 

Fonte: BEP

Espaço reservado para anúncio